Postado em 10/02/2020
A ginástica rítmica, esporte que era praticado apenas por mulheres, vem conquistando cada vez mais homens como praticantes. Até o momento, a modalidade masculina não tem reconhecimento da Federação Internacional de Ginástica (FIG) nem da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Nas Olímpiadas e em Campeonatos Mundiais, apenas as mulheres competem; os homens participam apenas de torneios amadores, lutando por um espaço na modalidade.
Infelizmente, existe muito preconceito com homens que se interessam por essa modalidade esportiva, pois, durante muitos anos, esse foi um esporte exclusivamente feminino. No início, também não foi nada fácil para as mulheres conquistarem esse espaço, e, de acordo com a FIG, a vez dos homens vai demorar a chegar. Para que um esporte se torne olímpico, deve, antes de tudo, ser praticado em escala global – no mínimo, 70 países (ou 50 para categorias femininas) e 4 continentes – e ser regulamentado por um órgão esportivo.
“As competições internacionais seguem dois critérios: universalidade, um número suficiente de países representados e popularidade. Somente um pequeno número de federações afiliadas têm a ginástica rítmica masculina. Além disso, em alguns países, ela se parece com a ginástica acrobática”, afirmou Stéphanie Pertuiset, porta-voz da FIG.
Já a CBG demonstra mais flexibilidade que a FIG ao comentar a entrada de homens. “Acredito que o ponto principal para a falta de reconhecimento seja a tradição de ser uma modalidade feminina, com nuances e características próprias. A ginástica rítmica masculina tem que buscar uma identidade mais peculiar, de forma que não sejam tão somente as regras femininas aplicadas aos homens. Vejo com excelentes olhos a entrada dos homens na modalidade; acredito que só tenha a enriquecer”, diz Renata Teixeira, coordenadora do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica da CBG.
No Brasil, esse movimento ainda é lento, como toda mudança de cultura, mas está presente em vários estados. Algumas federações estaduais, como as do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Paraná, já organizam competições não oficiais para meninos.
A inspiração dos brasileiros é a Espanha, primeiro país a promover campeonatos na categoria masculina, no começo dos anos 2000. Um dos pioneiros do esporte foi Rubén Orihuela, nove vezes campeão nacional, que chegou a competir com meninas antes que a Federação Espanhola reconhecesse a modalidade.